O cob é uma técnica bastante antiga de bioconstrução, difundida tradicionalmente na Inglaterra (com essa alcunha) mas praticada em inúmeros lugares do globo há milênios

O Cob

O cob é uma técnica bastante antiga de bioconstrução, difundida tradicionalmente na Inglaterra (com essa alcunha) mas praticada em inúmeros lugares do globo há milênios. Vale lembrar que a novidade é o cimento - casas de barro são muito mais antigas do que os modos de construção modernos, obviamente. É uma maneira de construir em que evitamos ao máximo materiais tóxicos e poluentes (como cimento, tintas industriais e derivados de petróleo). Dispensa até mesmo vergalhões de ferro ou pilares de madeira, já que a própria parede de cob (com 30cm de espessura na base, em média) é extremamente resistente e pode sustentar o telhado sem problemas, ter mais de um ou dois andares e durar séculos a fio.

O diferencial do cob em relação às outras técnicas de bioconstrução é a sua aproximação com a escultura. Nós modelamos a terra misturada com areia, palha e água de forma a erguer casas, fornos e outros tipos de edificações. Seu potencial plástico é muito vasto, podendo ter formas diversas e também combinado com muitos tipos de materiais que podem ser embutidos nessa construção (estantes, armários, prateleiras, escadas, bancos, janelas, garrafas de vidro, pedra, madeira, etc). Além disso, a criatividade conta bastante por aqui. Principalmente, se o intuito for o de aproveitar os diversos recursos que estejam disponíveis na natureza (pedras, madeira, bambu, terra, palha) ou mesmo no lixo, reutilizando os mais variados materiais que se desejar. Uma outra característica importante do cob é sua propriedade termopassiva. Em outras palavras isso significa dizer, a capacidade que a parede de cob apresenta em trocar calor e umidade entre o ambiente interno e o externo produzindo efeitos positivos como uma casa livre de umidade e de temperatura agradável durante o verão e inverno.

Na nossa opinião, a construção natural não pode se restringir numa moda hippie nem hype. Independente disso, ela é uma das medidas urgentes e necessárias para uma mudança de atitude em relação aos ecossistemas terrestres, retomando os caminhos de respeito à natureza e cura planetária. Assim também recobramos nossa autonomia ao construir com as próprias mãos (e pés!), junto à comunidade, família e amigos. Certamente pessoas das mais variadas idades, talentos e afinidades acharão o seu espaço para participar de uma obra com barro.

"O Coletivo Moçabarro - construções em cob é fruto do encontro entre as bioconstrutoras Melissa Webster, Naiana Máximo, Paula Carneiro e Priscila Bogéa. Nosso objetivo é difundir a técnica do cob no Brasil e estimular que mais pessoas, especialmente mulheres, conheçam e possam desfrutar das diversas vantagens e benefícios dessa maravilhosa arte de construção natural. Mas o que é o cob?"



Verônica Böhme

Física (PUC/SP), escritora, poeta, arte, mestrado em epistemologia da ciência (USP/SP), secretária executiva em multinacionais, estudou psicologia, sociologia e teologia por 1 ano (Universidade de Genebra/Suíça). Transformadora pessoal e mobilizadora social (desde 1978). Fala francês, espanhol, inglês. Ações reais com base no Respeitalisme no social, pessoal...meio ambiente...muito mais!! - **Antes havia preconceito com mulheres inteligentes, que sabem rir, se divertir e que tinham vários talentos ...isso  está mudando também**, Verônica, Böhme A gênia do século XXI.

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   Verônica Böhme 

      

Instituto Verônica Böhme / Coletive Verônica Böhme