terça-feira, 18 de setembro de 2018

Terapia comunitária: 100% brasileira: você se sente melhor










A Terapia Comunitária e sua origem

Prática terapêutica 100% brasileira! Nasceu da tentativa de diálogo entre o conhecimento científico e a sabedoria popular (senso-comum). Inova ao buscar soluções para conflitos e sofrimentos humanos. Esta técnica pode ser utilizada nas comunidades de bairro, equipes de trabalho, empresas, escolas, dentre outros grupos.

Este artigo é o primeiro de uma série que versará também sobre as concepções que sustentam o trabalho da Terapia Comunitária, bem como o relato da minha experiência como terapeuta comunitária há 6 anos e, há 4 anos, como supervisora/intervisora de outros colegas terapeutas na zona leste da cidade de São Paulo.
Foi difícil para mim definir o rumo inicial desta série de trabalhos sobre a Terapia Comunitária, já que imersa nessa prática durante esses anos, tive acesso a inúmeras histórias de vida e a rica diversidade humana, heranças culturais, emoções e sentimentos, sonhos... fiquei encantada pela infinita força de transformação de cada pessoa, potencializada pelo trabalho em grupos comunitários. Nesse processo aconteceram mudanças também em mim, já que ao participar dos grupos fui contagiada pelo trabalho realizado e aprendi a ser mais autentica e a respeitar as minhas próprias dificuldades e a dos outros, bem como aplaudir cada passo, mesmo que pequenino, de superação.

A Terapia Comunitária nasceu na década de 90 no Brasil. Foi criada pelo Prof. Dr. Adalberto de Paula Barreto: nordestino, habituado com as pessoas humildes com quem convivia em Canindé, cidade das romarias, viveu imerso "num mundo mágico-religioso, marcado por uma maneira de viver que se caracterizava pela cura dos doentes e dos infelizes". *

Este universo vivencial entrou em conflito quando Adalberto Barreto iniciou o seu curso de Medicina, pois os estudos científicos desvalorizavam as crenças populares:
"(...) Progressivamente, eu percebia que o novo mundo acadêmico exigia de mim renúncia às minhas crenças anteriores".*
Mesmo com estas questões Adalberto Barreto continuou seus estudos na mais alta escala do pensamento crítico europeu, sem nunca esquecer de suas origens: é formado em Teologia em Roma e doutor em Antropologia e Psiquiatria pela França. Segundo ele:
“Os anos de estudos trouxeram muitos elementos que me proporcionaram uma maior clareza sobre o meu dilema inicial. Aos poucos eu descobri que todos os estereótipos relativos à cultura popular eram expressões de uma ideologia dominadora e/ou colonizadora, que, para manter sua hegemonia, precisava destruir os outros. Descobri que ser diferente é um direito, um valor e, jamais, a expressão de subdesenvolvimento de um povo. (...) Descobri, também, que o grande desafio do homem da ciência é o de aproveitar o calor gerado pelo choque das percepções”.*

Foi nesta busca de diálogo entre a sabedoria popular e os conhecimentos científicos - pensamento sistêmico, teoria da comunicação, Antropologia Cultural, Pedagogia de Paulo Freire, Psicanálise, dentre outros – que nasceu a Terapia Comunitária como instrumento de trabalho capaz de construir redes sociais de promoção de saúde.
A Terapia Comunitária constitui-se numa roda de partilha de experiências e sabedoria, na qual o acolhimento e o respeito ao outro é fundamental. Nesse processo todos são co-responsáveis na busca de soluções para sofrimentos e problemas do cotidiano. Todos os comentários são relevantes e incluídos no grupo.

Há fortalecimento dos vínculos sociais e os conflitos são redimensionados. Os preconceitos e estereótipos são quebrados. Há a reconquista de espaços comunitários saudáveis, onde são encontrados valorização, aconchego e confiança. Há troca de vivências e sentimentos, como também a partilha de canções, provérbios, poesias, lendas; tudo é material que enriquece os grupos de trabalho e faz de cada um deles uma experiência única e marcante.
As rodas de Terapia Comunitária podem acontecer em associações de bairro, escolas, postos de saúde, empresas, etc, onde existirem pessoas abertas para vivenciar uma experiência integradora e humana.

Desta forma, conclui Adalberto Barreto:

"Assim como cada etapa da história do universo é marcada pela invenção do homem de criar uma nova forma, de lutar contra o esfriamento devido a sua expansão, a Terapia Comunitária se propõe ser um instrumento de aquecimento e fortalecimento das relações humanas, na construção de redes de apoio social, em um mundo cada vez mais individualista, privatizado e conflitivo".*
Há diversas rodas de Terapia Comunitária na cidade de São Paulo, no Brasil e em alguns países da Europa. Vale a pena conhecer! Só vivenciando para saber o significado dessa experiência.

http://www.sermelhor.com.br/saude/a-terapia-comunitaria-e-sua-origem.html







Autor(a)

Salete Monteiro Amador

Psicóloga formada pela PUC/SP, Pós graduada em Saúde Coletiva pela FUNDAP. É Terapeuta e Supervisora de Terapia Comunitária. Editora do Site Ser Melhor e Assessora Técnica em Saúde Pública.





Verônica Böhme
Física, escritora, poeta, arte, mestrado em epistemologia da ciência, secretária executiva em multinacionais, estudou psicologia, sociologia e teologia. Transformadora pessoal e mobilizadora social. Fala francês, espanhol, inglês. Ações reais com base no Respeitalisme no social, pessoal...meio ambiente...muito mais!! - **Antes havia preconceito com mulheres inteligentes, que sabem rir, se divertir e que tinham vários talentos...isso está mudando também**, Verônica Böhme, A gênia do século XXI.
      
Instragam:@veronicabohme

Foto de Verônica Böhme junho / julho de 2017


                                                         
Verônica Böhme, dezembro de 2017




Instituto Verônica Böhme / Coletivo Verônica Böhme
Um



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